O debate eleitoral é o que é. Hoje e amanhã PSD e PS apresentam os respectivos programas. Seria o momento oportuno para uma viragem no rumo do debate. Mas ninguém acredita que mude alguma coisa de essencial.
Ninguém está verdadeiramente interessado na economia real, no clima, na seca, na pobreza, nas desigualdades sociais, na reforma da administração pública, no combate à corrupção, no envelhecimento demográfico, na educação e formação, na cidadania, na imigração… Os temas constarão dos programas. Mas a sua transposição para a prática política é pouco mediática.
As mudanças são empreendimentos que comportam demasiados riscos e complexas operações de engenharia social. Por outro lado, como diria José Gil a inveja é, em Portugal, um sistema. Fazer obra perturba a paz dos espíritos. Não dá votos. Ou seja, tudo o que é “fazer futuro” requer tempo, estudo, ponderação, um compromisso geracional.
Há quem se preocupe com a verdadeira política. Mas são poucos, cada vez menos. Marginais e heréticos. Refugiados no silêncio da revolta.
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