“As franjas intelectuais da direita estão a tornar-se temerárias. A direita portuguesa, historicamente envergonhada da decálage ideológica que a separava da esquerda moderada (sem que seja preciso invocar os mais radicais), subitamente descobriu uma forma engenhosa de fazer valer ideários menos liberais sem que os tenha de disfarçar de temas progressistas.
As doutrinas das liberdades individuais e da promoção da igualdade de direitos gastaram-se, de tão proclamadas, com o tempo. Na prática, isto pode significar que deixou de significar ser vanguardista defender causas que já contam umas boas décadas. Significa, também, que a defesa dos direitos humanos pode, perturbantemente, ser muito mais um comportamento trendy das últimas décadas do século passado do que o salto civilizacional seguro e definitivo que, até agora, pensámos que eram.”
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