No cimo da página dez do “livro artesanal” de “O Aprendiz de Feiticeiro” escrevi:
“A “Árvore dos Tamancos” fez-me, a mim, uma enorme e saudável impressão como reconstituição da infância vivida no meio camponês. Os mesmos cânticos, as mesmas desfolhadas, a mesma calma carícia do lume e do jogo de fazer as horas esperarem por nós, o mesmo ritmo comandado pelo homem vigoroso por dentro e calmo por fora que cria a sua própria riqueza do seu chão que a morte estruma mais tarde ou mais cedo. É um ciclo inacessível à maioria dos “animais” urbanos que dessa forma ficam incapazes de entender a vida inteira e de se transformarem a si próprios pois perdem um precioso termo de comparação.”
Carlos de Oliveira escreveu:
“Mas voltando à medicina: o mundo camponês (e digo camponês porque a maioria das histórias vem do campo) é evidentemente rudimentar, supersticioso, fatalista, apesar da finura crítica que o ilumina. E assim, quando há doenças e doentes, a última decisão pertence apenas ao arbítrio da Morte.”
“O Aprendiz de Feiticeiro” – Carlos de Oliveira
Fragmentos – pag. 10 (1 de 3)
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