Este texto já estava escrito antes da comunicação ao país do senhor primeiro-ministro. A sua publicação, sem alterações, deve-se à nova estratégia de propaganda do governo que mostrou, hoje, uma faceta original. A comunicação foi gravada e, ao contrário do anunciado, passada sequencialmente nos telejornais da SIC, RTP, …e não sei onde mais. Não foi uma comunicação foi uma retransmissão. Não tive paciência para escrever nada em cima daquela comunicação flácida. O que antes tinha escrito acerca do que dela previa basta. Aqui vai.
Aposto que o primeiro-ministro vai anunciar ao país a “quadratura do círculo”. A ideia só pode ser uma. Aumento das remunerações, acima da inflação esperada, para os funcionários públicos. Diminuição do IRS. Flexibilização dos limites do endividamento das autarquias. Políticas de “diferenciação positiva” para “beneficiar” os mais desfavorecidos. Políticas variadas para prometer tudo a todos mas com “rigor e contenção”. Reformas estruturais só com incidência para depois de 2006.
Tudo somado e baralhado: mais despesa pública e menos receita, mas com cumprimento dos limites do deficit em 3%. E, acima de tudo, muita verdade e trabalho. A quadratura do círculo. O ministro das finanças benze o pacote. O PR vai achar péssimo em privado mas, em público, deixa correr com umas reservas com as quais o primeiro-ministro vai concordar. Serão contributos inestimáveis para melhorar as propostas.
Ora reparem no calendário eleitoral: dia 17 de Outubro, próximo, eleições regionais nos Açores e Madeira; Outubro de 2005 eleições autárquicas; inícios de 2006 eleições presidenciais e Outubro de 2006 eleições legislativas (se não houver azar…).
Amanhã vai começar a verdadeira “corrida eleitoral” da maioria. Se fosse no comércio a retalho teria direito a um anúncio do género: “tudo com 60% de desconto”.
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