O Prémio Nobel da economia foi atribuído, dias atrás, a dois economistas que, segundo todas as notícias, têm estudado os benefícios das políticas macroeconómicas de longo prazo. Falamos de decisões económicas com influência real na vida quotidiana dos cidadãos. É a teorização daquilo que toda a gente de bom senso deveria considerar razoável: é preciso tempo para conceber e desenvolver, de forma estruturada, medidas que permitam resolver os verdadeiros problemas das sociedades. Mas os ciclos políticos são demasiado curtos contrariando a bondade da maioria das medidas de política económica.
A democracia parlamentar funda-se na livre escolha dos governos. Preservemos a liberdade de escolha dos cidadãos. Mantenhamos o sistema em que os responsáveis políticos são eleitos pelo voto universal, individual e secreto. Salvemos a democracia representativa de todas as tentações totalitárias. Mas como resolver este dilema? Como ganhar tempo para que as livres escolhas políticas favoreçam as mais sábias decisões económicas?
Além de reflexão aprofundada o tema carece de decisões políticas arrojadas. Mas mesmo para a reflexão e para a decisão é necessário tempo. Não falo de um tempo fora do tempo. Mas de um tempo ocupado com as tarefas de cada um, as suas urgências e aspirações, mas livre para a reflexão, o debate e a criação de novas soluções para velhos e novos problemas. Como criar o tempo necessário para que a democracia respire e se regenere? Um assunto sério!
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